quarta-feira, 25 de maio de 2011

Que vergonha desse país!

Para que server nós ambientalistas???? Estou me perguntando isso desde a votação de ontem.
Nós ambientalistas lutamos para que tenhamos TODOS NÓS um planeta para viver, damos nossas caras a tapas para defender o mundo de TODOS NÓS e chega pessoas com interesses obscuros e jogam tudo isso no lixo. NO LIXOOO!!!
Por que nós que tentamos deixar um planeta pelo menos habitável para as gerações futuras somos chamados de ecochatos e quem está degradando o país é visto como um senhor respeitado?? Parecer que nosso país está de cabeça para baixo, parecer que ninguém quer pensar para frente do seu nariz e ter uma visão ampla de mundo.
Hoje a frase do Naidoo não sai da minha cabeça: "O Brasil está bem no caminho da transição entre uma economia 'emergente' e uma economia 'industrializada'. Se eu pudesse dar apenas um conselho para o próximo presidente do país seria isso: Não baseie seu crescimento em modelos que não serviram bem ao mundo". Espero que Dilma cumpra sua promessa de campanha e vete essa vergonha que foi aprovada ontem.
O Código Florestal precisa de reforma? COM CERTEZA!! Mas precisa de reformar para melhorar nossa condição de vida! Não essa coisa que mostro logo abaixo:

domingo, 15 de maio de 2011

Planeta Azul

Hoje a vida se mostra mais clara, mais justa. Acredito que consciência ecológica já está inserida na grande maioria das pessoas. Mas então vocês devem estar se perguntando: porque ainda há poluição?
Acredito que as pessoas fazem escolhas. Sabem que o que estão fazendo com o mundo está errado, mas fazem mesmo assim, mesmo sabendo das conseqüências generalizadas.
A pergunta que eu faço a vocês é: o que vocês estão fazendo para modificar isso??? É uma luta constante que enfrento aparentemente contra o mundo, vamos enfrentar juntos?
Ontem fui ao show do Chitãozinho e Xororó e finalizaram o show com uma música que nunca tinha escutado, que fala sobre tudo isso, poluição, degradação.. sobre nosso Planeta Azul:

A vida e a natureza sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios
Estão se extinguindo espécies animais
Nem tudo que se planta, colhe
O tempo retribui o mal que a gente faz
Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de norte a sul
A terra nua semelhante à lua
O que será desse Planeta Azul?
O que será desse Planeta Azul?
O rio que desce as encostas já quase sem vida
Parece que chora um triste lamento das águas
Ao ver devastada a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde
Regar a semente que ainda não nasceu
Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida
Estar de bem com Deus!

http://www.vagalume.com.br/chitaozinho-e-xororo/planeta-azul.html#ixzz1MRuKKt00


Vídeo - Planeta Azul

terça-feira, 10 de maio de 2011

Senado pode votar na terça projeto que tira poderes do Ibama - 09/05/2011

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link:
http://www.amazonia.org.br

Enquanto as atenções dos ambientalistas estão na Câmara dos Deputados,
onde se discute a votação das mudanças do Código Florestal Brasileiro,
o Senado desengavetou um projeto de lei que tira do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o
poder de fiscalizar o desmatamento. A informação é do jornal Folha de
S. Paulo. O texto regulamenta o artigo 23 da Constituição, definindo a
competência das três esferas do poder público na proteção ao meio
ambiente. O projeto foi proposto pelo deputado Sarney Filho (PV-MA),
um dos líderes dos ambientalistas. Entretanto, recebeu uma emenda que
diz que só a esfera que concede a licença ambiental pode fazer a
fiscalização do desmatamento. Como os Estados têm poder para conceder
licença, o Ibama ficaria impossibilitado de fiscalizar. Na última
semana, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou requerimento
pedindo que o projeto trâmite em regime de urgência. O projeto pode
ser votado na terça-feira (10), na mesma data em que está marcada a
votação do Código Florestal na Câmara.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

MENSAGEM DE APOIO

Abaixo posto uma mensagem do ilustre Leonardo Boff, leiam com atenção, é uma mensagem que posto concordando com todas as palavras e com todos os ideais.         

Companheiros e companheiras,

Por razões de saúde que me prendem em casa, não pude e estar ai com vocês. Que valha essa pequena mensgem.

Lamento profundamente que a discussão do Código Florestal foi colocada preferentemente num contexto econômico, de produção de commodities e de mero crescimento econômico.
Isso mostra a cegueira que tomou conta  da maioria dos parlamentare e também de setores importantes do Governo. Não tomam em devida conta as mudanças ocorridas no sistema-Terra e no sistema-Vida que levaram ao aquecimento global.
Este é apenas um nome que encobre práticas de devastação de florestas no mundo inteiro e no Brasil, envenenamento dos solos, poluição crescente da admosfera, diminuição drástica da biodiversidade, aumento acelerado da desertificação e, o que é mais dramático, a escassez progresiva de água potável que  atualmente já tem produzido 60 milhões de exilados.
 Aquecimento global significa ainda a ocorrência cada vez mais frequente de eventos extremos, que estamos assistindo no mundo inteiro e mesmo em nosso pais, com enchentes devastadoras de um lado, estiagens prolongadas de outro e vendavais nunca havidos no Sul do Brasil  que produzem grandes prejuizos em casas e plantações destruidas.
Só cegos e estupidificados pela ganância do lucro não vêem as conexões causais entre todos estes fenômenos.
A Terra está doente. A  humanidade sofredora de 860 milhões passou, por causa da crise econômico-financeiro dos paises opulentos, onde grassam ladrões, salteadores de beira de estrada das economias populares, a um bilhão e cem milhões de pessoas.
Consequência: a questão não é salvar o sistema econômico-financeiro, não é produzir mais grãos, carnes e commodities em geral para exportar mais e aumentar o lucro.
A questão central é salvar a vida, garantir as condições fisico-químicas e ecológicas que garantem a vitalidade e integridade da Terra e permitir a continuidade de nossa civilização e do projeto planetário humano.  A Terra pode viver sem nós e até melhor. Nós não podemos viver sem a Terra. Ela é  nossa única Casa Comum e não temos outra. Ela é a Pacha Mama dos andinos, a grande mãe, testemunhada por todos os agricultores e a  Gaia, da ciência moderna que a vê  como um superorganismo vivo que se autoregula de tal forma que sempre se faz apto para produzir e reproduzir vida.
Então, é nossa obrigação manter a floresta em pé. É uma exigência da humanidade, porque ela pertence a todos, embora gerenciada por nós . O equilíbrio climático da Terra e a suficiência de água para a humanidade passa pela floresta amazônica. É ela que sequestra carbono, nos devolve em oxigênio, em flores, frutos e biomassa. Por isso temos que manter nossas matas ciliares para garantir a perpetuidade dos rios e a preservação da pegada hidrológica (o quanto de água temos a nossa disposição). É imperioso não envenenar os solos pois os agrotóxicos alcançam o nivel freático das águas, caem nos rios,  penetram nos animais pelos alimentos quimicalizamos e acabam se depositando dentro de nossas células, nos entoxicando lentamente.
A luta é pela vida, pelo futuro da humanidade e pela preservação da Mãe Terra.  Vamos sim produzir, mas respeitando o alcance e o limite de cada ecossistema, os ciclos da natureza e cuidando dos bens e serviços que  Mãe Terra gratuita e permanentemente nos dá.
Que devolvemos à Terra como forma de gratidão e de compensação? Nada. Só agressão, exaustão de seus bens. Estamos conduzindo, todos juntos, uma guerra total contra a Terra. E não temos nenhuma chance de ganharmos essa guerra. Temo que a Mãe Terra se canse de nós e não nos queira mais hospedar aqui. Ela poderá nos elimiar como eliminamos uma célula cancerígena. Devemos devolver seus beneficios, com cuidado, respeito, veneração para que ela se sinta mãe amada e protegida e nos continue a querer como filhos e filhas queridos.
Mas não foi a devastação que fomos criados e estamos sobre esse ridente Planeta. Somos chamados a ser os cuidadores, os guardiães desta herança sagrada que o Universo e Deus nos entregaram. E vamos sim  salvar a vida, proteger a Terra e garantir um futuro comum, bom para todos os humanos e para a toda a comunidade de vida, para as plantas, para os animais, para os demais seres da criação.
A vida é chamada para a vida e não para a doença e para morte. Não permitiremos que um Codigo Florestal mal intencionado ponha em risco nosso futuro e o futuro de nossos filhos, filhas e netos. Queremos que eles nos abençoem por aquilo que tivermos feito de bom para a vida e para a Mãe Terra e não tenham motivos para nos amaldiçoar por aquilo que deixamos de fazer e podíamos ter feito e não fizemos.
O momento é de resistência, de denúncia e de exigências de transformações  nesse Código que  modificado honrará  a vida e alegrará a grande, boa e generosa Mãe Terra.
                                               Leonardo Boff
                               Companheiro de lutas e de esperança
 
Petropolis, RJ, 7 de maio de 2011.

Porque um grupo de políticos quer mudar o código florestal

Levantamento de ISTOÉ mostra que pelo menos 27 deputados e senadores tinham pressa em aprovar a nova lei para se livrarem de multas milionárias e se beneficiarem de desmatamentos irregulares

Lúcio Vaz
PARLAMENTARES NA MIRA DO IBAMA
Deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA)

Foi multado por exploração em área de manejo florestal em período de chuvas, vetado por lei
Senador Jayme Campos (DEM-MT)
Recebeu multa de R$ 5 milhões, por desmatar em Área de Proteção Permanente (APP)

Deputado Reinaldo Azambuja (PSDB-MS)
Autuado por alterar curso de rio para captação de água e por contaminar recursos hídricos

Deputado Paulo César Quartiero (DEM-RR)
Recebeu multa de R$ 56 milhões por destruir a vegetação nativa em área de 6,2 mil hectares

Senador Ivo Cassol (PP-RO)
Acusado de desmatar reserva legal sem autorização e de destruir vegetação nativa em Rondônia

Deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
Relator do projeto que agrada aos ruralistas por abrir brecha para desmatamento



Apesar do amplo apoio que o governo Dilma Rousseff tem no Congresso, um grupo de parlamentares tentou aprovar a toque de caixa, na semana passada, o projeto do novo Código Florestal brasileiro. Não conseguiu. Na quarta-feira 4, a bancada governista fez prevalecer sua força e a discussão foi adiada para a próxima semana. Por trás da pressa de alguns parlamentares, porém, não existia propriamente o interesse por um Brasil mais verde e sustentável. Reportagem de ISTOÉ apurou que pelo menos 27 deputados e senadores defendiam seu próprio bolso e estavam legislando em causa própria (abaixo, cinco casos exemplares). Todos eles já foram punidos pelo Ibama por agressão ao meio ambiente e o novo código que queriam aprovar a toque de caixa prevê anistia para multas impostas a desmatadores. O benefício se estenderia também a empresas e empresários do agronegócio que, nas eleições do ano passado, fizeram pesadas doações a esse bloco parlamentar ligado à produção rural.

“O adiamento é inevitável. É muito difícil analisar uma coisa que não tem rosto, cara. Essa, na verdade, é uma disputa entre Aldo e o PT ”, comentou o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) no início da noite da quarta-feira. Ele se referia ao relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que começava a ser criticado por ministros de Dilma. O grupo que exigia a imediata aprovação sabia muito bem o que tinha a ganhar ou perder, ao contrário de boa parte do plenário. O deputado Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR) é um exemplo típico. Campeão de infrações, ele foi multado em R$ 56 milhões por eliminar 2,7 mil hectares de vegetação sem autorização em Pacaraima (RR), destruir outros 323 hectares de vegetação nativa e impedir a regeneração em mais 3,5 mil hectares. Foram duas infrações em 2005 e mais duas em 2009. Uma de suas fazendas, de cinco mil hectares, chegou a ser proibida de produzir. Quartiero afirma que sofreu perseguição política porque foi um dos líderes dos arrozeiros na região da reserva indígena Raposa Serra do Sol: “O governo fez acusações para provocar a nossa saída da área”, reclama. Ele vendeu o que restou das suas terras e benfeitorias e comprou 11 mil hectares na Ilha de Marajó (PA) para criar gado e plantar arroz.

A alegação de retaliações partidárias é corriqueira entre os infratores. O senador Ivo Cassol (PP-RO) também sofreu multas pesadas entre 2007 e 2009, período em que era governador de Rondônia. Foi acusado de desmatar 160 hectares em reserva legal sem autorização, destruir 352 hectares de floresta nativa e ainda efetuar “corte raso” em 2,5 hectares em Área de Proteção Permanente (APP). Mas fala em caça às bruxas: “Isso foi perseguição do pessoal do PT, pois minhas fazendas têm 50% de preservação. O setor produtivo não pode ser tratado como bandido.” Cassol nega que esteja procurando o amparo da anistia, ao apoiar o texto de Rebelo. “Não quero isenção de multa. Vou ganhar na Justiça.”O senador e fazendeiro Jayme Campos (DEM-MT) é outro que se inclui na turma dos acossados. Foi multado em R$ 5 milhões por quatro infrações impostas em 2004 e 2005, todas já arquivadas. É acusado também de promover desmatamento em APPs às margens de córregos de uma fazenda, a Santa Amália. “Quando cheguei lá tudo já estava assim, tinha sido desmatado em 84, 85 e 86”, diz ele. Campos alega que as multas foram anunciadas depois de declarações que ele fez contra “a truculência” de fiscais.


RAZÃO
O deputado Tripoli: contra a votação às pressas

O Ibama também pegou o deputado Irajá Abreu (DEM-TO), filho da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura e uma das principais lideranças dos ruralistas no Congresso. Multado no ano passado por promover desmatamento em uma propriedade que recebeu de herança em Tocantins, ele afirma que a fazenda “já tinha sido aberta” em 1978, enquanto a legislação sobre o tema só foi aprovada em 1989: “Era um ato jurídico perfeito, que se aplicava na época. Por isso, eu agora defendo a consolidação das áreas.” Ele se refere a um dos pontos mais polêmicos do novo Código Florestal: o fim da exigência de recuperação de florestas em áreas já utilizadas para plantio. O relator Aldo Rebelo prevê a manutenção da área como estava em julho de 2008, quando o projeto foi apresentado.

As multas do Ibama não dizem respeito apenas a infrações cometidas no campo. O deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO), por exemplo, construiu um quiosque numa área de APP, às margens do lago que banha a capital Palmas. A multa de R$ 5 mil acabou sendo anistiada num termo de acordo, mas ele não escapou do prejuízo com a demolição do bar de 190 metros quadrados. Casado com a vice-prefeita de Palmas, Edna Agnolin, ele afirma que “tudo é uma questão de interpretação”, pois “o lago é artificial”. Já o deputado Marcos Medrado (PDT-BA) foi multado em 2009 por construir um viveiro de peixes de espécies nativas. Medrado explica que comprou no Pará 50 alevinos de pirarucu registrados, mas não conseguiu apresentar a documentação a tempo. Foi multado em R$ 100 mil.

Fora as pendengas pessoais, o bloco ruralista tende a defender seus financiadores de campanha. Empresas ligadas ao agronegócio doaram pelo menos R$ 45,5 milhões para deputados e senadores nas eleições do ano passado. O levantamento foi feito a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mais de 300 parlamentares receberam doações do setor, mas um grupo de 176 foi privilegiado com doações acima de R$ 100 mil. Sete grandes empresas que doaram um total de R$ 25 milhões têm infrações e multas impostas pelo Ibama. O estoque de autuações nesta área parece interminável. Na prestação de contas do governo federal feita no ano passado, consta a aplicação de ­R$ 14,6 bilhões em multas entre 2005 e 2009. A maior parte é resultante de desmatamento na Amazônia. No entanto, muito pouco desse montante retornou aos cofres públicos. Nos últimos dez anos, foram arrecadados apenas R$ 278 milhões, segundo dados do Siafi apurados pela ONG Contas Abertas. Caso aprovada, a anistia de Rebelo beneficiará infrações cometidas até julho de 2008.
img.jpgPRESSÕES
Movimentos ambientalistas tentaram contrabalançar o rolo compressor armado pelos ruralistas

Embora conheça o poder de fogo dos ruralistas, o governo demorou a reagir ao relatório de Aldo Rebelo. Quando percebeu que havia muito contrabando embutido no texto, a presidente Dilma Rousseff pediu aos ministros do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, e da Agricultura, Wagner Rossi, que fossem ao Congresso para tentar um acordo. E fez uma recomendação especial: os dois ministros, apesar de suas diferenças, deveriam expressar uma posição única, que representasse o governo. Assim foi feito. Mas, naquela noite, o governo perceberia outra verdade: as bancadas ruralista e governista estavam misturadas. O PT votaria com o governo, mas as dissidências no PMDB seriam consideráveis.

Na manhã da quarta-feira 4, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Moreira Mendes (PPS-RO), acompanhou a bancada estadual de Rondônia até o gabinete de Rebelo, para entregar-lhe uma comenda da Assembleia Legislativa. À vontade entre os ruralistas, Rebelo puxou uma enorme faca de cozinha, com cabo de madeira, e começou a picar o seu fumo em rama. Em seguida, entre baforadas, mostrou que era um aliado. “Acontece um tsunami no Japão e querem culpar o agricultor que planta café, cacau, e cria gado em Rondônia.” Ele vê uma conspiração mundial contra o País: “Querem bloquear as possibilidades de uso do nosso solo, subsolo, recursos hídricos, em benefício do nosso desenvolvimento. Como diz certo autor, ‘não existe lugar para os pobres no banquete da natureza’”, filosofou o comunista Aldo Rebelo.
img2.jpg 

domingo, 8 de maio de 2011

Visita importante!

Nessas semanas muitas coisas boas tem acontecido, projetos interessantes, reuniões importantes e uma visita especial.
Na ultima quinta feira o Secretário Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães Chaves, o Subsecretário de Gestão e Regularização Ambiental Integrada, Danilo Vieira Junior, e a Subsecretária de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada, Marília Carvalho de Melo, aceitaram meu convite e conheceram a sede da OPA. Essa visita é especial para todas as ONGs presentes no Estado, uma vez que demonstra a importância e a abertura que o secretário e sua equipe estão concedendo a entidades
organizadas e atuantes com a OPA, e também a nós ambientalistas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Recuperação de áreas degradadas

Ao conversar essa semana em uma palestra com o biólogo Sergius Gandolfi aprendi muito sobre recuperação de áreas degradadas. Descobri uma visão totalmente sustentável sobre a Reserva Legal e aprendi que nucleação e produtor de água não são bem o que eu entendia.
Começando pela reserva legal, de acordo com o Código Florestal é permitido o uso sustentável. Porém muitos poucos utilizam dessa forma, simplesmente cercam e deixam intactas. Para a biodiversidade é ótimo, porém para a sustentabilidade não é bem assim. Achei interessante quando ele comentou que em Campinas um fazendeiro faz corte de árvores em sua Reserva Legal através de um manejo sustentável. E isso é MUITO rentável, pois as madeiras que chegam aqui no Sudeste em sua grande maioria vem do Norte, e só o frete encarece em 70% seu custo, quando você comercializa uma madeira daqui você tem pelo menos 70% de vantagens.
Com relação a nucleação, eu sempre entendia que era uma técnica nova infalível. Uma de suas técnicas é fazer uma árvore seca de poleiro e outra é amontoar galhos para ser abrigos para a fauna. Porém de acordo com Sergius o poleiro daria certo se a árvore fizesse sobra, e se fosse o no meio de dois fragmentos de Mata Atlântica, nessas condições qualquer poste ou mesmo sem nada daria certo.
O ponto mais chocante foi com relação ao Programa Produtor de Água, ele disse uma coisa que eu nunca tinha imaginado e que faz todo sentido, o governo, comitês, empresas ou qualquer órgão teria dinheiro para pagar um grande fazendeiro que possui gigantescas áreas de preservação permanentes em suas propriedades? É.. acho que não! Mas não é de todo um programa sem fundamento, pois ele ajuda MUITOS fazendeiros a recuperar suas APPs e contribui financeiramente pelo feito.

domingo, 10 de abril de 2011

Dedo verde

Essa semana tive vários acontecimentos e aprendizados, de início tivemos uma reunião com o Secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Adriano Magalhães. Na reunião estiveram presentes representantes das ONGs do Triângulo Mineiro, OPA, ANGA, Cer Vivo e AMAR. Discutimos muitos pontos interessantes para o  desenvolvimento sustentável do Triângulo Mineiro. A reunião foi bem produtiva e sinto que os resultados também serão. Sinto que nessa gestão muitas coisas serão modificadas positivamente e a questão ambiental terá um foco muito maior no desenvolvimento de Minas Gerais.
Foto: Thaianne Henriques (OPA), Secretário Adriano Magalhães, Gustavo 
Malacco (ANGA), Marco (AMAR) e Antônio Geraldo (Cer Vivo).

Depois da reunião iniciamos o Congresso do Ministério Público de Meio Ambiente na Região Sudeste, que teve a participação de pessoas importantes como o Governador de Minas Gerais, Anastasia, o Secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Adriano Magalhães, Presidente da ABRAMPA e Procurador de Justiça de MG, Jarbas Soares Junior, dentre outros.
As discussões foram ricas e proveitosas, vários assuntos abordados desmistificou minha visão do judiciário mineiro. Discussões como a ministrada por Flávio Fonseca sobre o Patrimônio Ambiental nos Geosistemas Ferruginosos no Brasil mostrou a importância da Preservação Ambiental em ambientes ferruginosos, que são totalmente explorados pelas mineradoras de ferro sem levar a consideração arqueológica e ambiental de grande valor para a ciência. 
A promotora Vannia Maria Damaceno em suas colocações me mostrou um dado que me fez alterar meu modo de vida alimentar, que é o gasto de água para produção de carne de boi. Vocês sabiam que para produzir um kilo de carne de boi é gasto 15.000 litros de água? QUINZE MIL!!! É muita coisa, depois disso  não pretendo ser vegetariana e nem é esse o objetivo de mostrar esses dados, mas pretendo reduzir meu consumo. Pois eu não preciso comer carne bovina no café da manhã com presunto, no almoço com bife, no lanche da tarde com cachorro quente e no jantar carne moída. Podemos reduzir não podemos? Se cada um fizer sua parte podemos aproveitar melhor esse recurso natural que não é ilimitada!!! Faça a sua conta de quanto de água você consome: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/agua-virtual-como-fazer-conta-577221.shtml 
Outra discussão rica foi sobre a Jurisprudência Ambiental do STJ e Direito Ambiental Internacional, abordados pelo Ministro Antônio Herman Benjamin (STJ), Kenneth Markowitz (INECE, Estados Unidos) e Richard Ottinger (Pace University Law School, Estados Unidos). Mesmo sem poder dar seu posicionamento sobre as alterações propostas para o Código Florestal o ministro demonstrou sua preocupação com as mudanças que uma pequena minoria da população propõe para todos os brasileiros e as gerações futuras que dependerão dessa decisão.
Para entenderem melhor essa discussão sobre o código florestal  coloco abaixo o vídeo da Fundação O Boticário que mostra um pouco das propostas de modificação e o que elas podem acarretar para o Brasil:


Para finalizar esse post gostaria de explicar o porquê do título Dedo Verde. Um dos homenageados do evento foi o Desembargador Nepomuceno Silva, que mesmo estando no hospital na hora que recebeu o convite decidiu ir ao evento nos homenagear com palavras belíssimas que mudaram o curso de vida de muitos presentes. Nepomuceno nos contou a estória do Menino de Dedo Verde, que tudo que ele encostava ele conseguia transformar em uma coisa boa, e é isso que o mundo espera de nós, ambientalistas, que tudo que encostamos seja para a melhora ambiental. E vale ressaltar que TODOS que lidam com as questões ambientais, sejam biólogos ou promotores, possuem a obrigação de ser ambientalistas em TODAS suas decisões. 





sexta-feira, 1 de abril de 2011

A quem serve a transposição das águas do São Francisco?

Essa é uma pergunta que fiz em pleno sertão nordestino, em uma cidade chamada Cedro. Passei muitos dias nessa cidade através do Projeto Rondon, conheci uma realidade distante do Triângulo Mineiro, conheci também o que é fome, sede e falta de qualidade de vida.
Nos "hospedamos" em uma das melhores casa da cidade e mesmo assim me senti como se eu não estivesse numa casa. Lá a comida era servida com carne do açouge público, a água para beber vinha em um galão sem tampa e sem tratamento e faltava diariamente água para tomar banho e para outros usos.
Fomos lá para fazer um trabalho de sensibilização, então um dia quando estava ministrando uma palestra sobre a Riqueza da Caatinga perguntei para eles: " O que vocês acham da transposição? Será uma conquista que vai trazer água para vocês?"
A resposta foi unanime "Isso é só para levar água para os ricos."
Lembrei desse fato após ler o artigo abaixo. Espero que todos que estejam lendo reflitam um pouco sobre o rumo que o Brasil está tomando.

Artigo do geógrafo Aziz Ab´Sáber*, publicado no site Envolverde na terça-feira (22).
É compreensível que em um país de dimensões tão grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas ideias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regiões críticas. Entretanto, é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados.

Nesse sentido, bons projetos são todos aqueles que possam atender às expectativas de todas as classes sociais regionais, de modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes. Nas discussões que ora se travam sobre a questão da transposição de águas do São Francisco para o setor norte do Nordeste Seco, existem alguns argumentos tão fantasiosos e mentirosos que merecem ser corrigidos em primeiro lugar. Referimo-nos ao fato de que a transposição das águas resolveria os grandes problemas sociais existentes na região semi-árida do Brasil.

Trata-se de um argumento completamente infeliz lançado por alguém que sabe de antemão que os brasileiros extra-nordestinos desconhecem a realidade dos espaços físicos, sociais, ecológicos e políticos do grande Nordeste do País, onde se encontra a região semi-árida mais povoada do mundo.

O Nordeste Seco, delimitado pelo espaço até onde se estendem as caatingas e os rios intermitentes, sazonários e exoreicos (que chegam ao mar), abrange um espaço fisiográfico socioambiental da ordem de 750.000 quilômetros quadrados, enquanto a área que pretensamente receberá grandes benefícios abrange dois projetos lineares que somam apenas alguns milhares de quilômetros nas bacias do rio Jaguaribe (Ceará) e Piranhas/Açu, no Rio Grande do Norte. Portanto, dizer que o projeto de transposição de águas do São Francisco para além Araripe vai resolver problemas do espaço total do semi-árido brasileiro não passa de uma distorção falaciosa.

Um problema essencial na discussão das questões envolvidas no projeto de transposição de águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio Grande do Norte diz respeito ao equilíbrio que deveria ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do rio - Paulo Afonso, Itaparica e Xingó.

Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste, constitui um tipo de planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região.

Segue-se na ordem dos tratamentos exigidos pela idéia de transpor águas do São Francisco para além Araripe a questão essencial a ser feita para políticos, técnicos acoplados e demagogos: a quem vai servir a transposição das águas?

Os "vazanteiros" que fazem horticultura no leito dos rios que "cortam" - que perdem fluxo durante o ano- serão os primeiros a ser totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: "A cultura de vazante já era". Sem ao menos dar qualquer prioridade para a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade maior em relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser identificados e implantados. De imediato, porém, serão os fazendeiros pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, nos cinco ou seis meses que os rios da região não correm.

Um projeto inteligente e viável sobre transposição de águas, captação e utilização de águas da estação chuvosa e multiplicação de poços ou cisternas tem que envolver obrigatoriamente conhecimento sobre a dinâmica climática regional do Nordeste. No caso de projetos de transposição de águas, há de ter consciência que o período de maior necessidade será aquele que os rios sertanejos intermitentes perdem correnteza por cinco a sete meses.

Trata-se, porém, do mesmo período que o rio São Francisco torna-se menos volumoso e mais esquálido. Entretanto, é nesta época do ano que haverá maior necessidade de reservas do mesmo para hidrelétricas regionais. A afoiteza com que se está pressionando o governo para se conceder grandes verbas para início das obras de transposição das águas do São Francisco terá conseqüências imediatas para os especuladores de todos os naipes.

O risco final é que, atravessando acidentes geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa sul da Chapada do Araripe - com grande gasto de energia!-, a transposição acabe por significar apenas um canal tímido de água, de duvidosa validade econômica e interesse social, de grande custo, e que acabaria, sobretudo, por movimentar o mercado especulativo, da terra e da política.

No fim, tudo apareceria como o movimento geral de transformar todo o espaço em mercadoria.

*Aziz Ab´Sáber é geógrafo, professor e escritor. Doutor em Geografia Física (USP), ganhador do prêmio Ciência e Meio Ambiente da Unesco, também foi presidente da SBPC e do Condephaat e diretor do Instituto de Geografia da USP.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Serra da Canastra

Não postei antes pois o trabalho antes de um evento sempre pede mais dedicação. No sábado realizamos um evento que marcou a vida de muitas pessoas, foi o Lançamento do livro " Serra da Canastra, diversidade infinita". Tivemos a presença dos autores, Laís Duarte, Adriano Gambarini e Rogério Cunha, foi uma experiência unica, vi algumas imagens que me fizeram ver a Serra de outros ângulos.
Os palestrantes abordaram questões interessantes da fauna, flora, geologia e a cultura da Serra.
Em novembro do ano passado fui para a Serra com o laboratório de Ornitologia da Universidade Federal de Uberlândia, enxerguei a Serra de uma forma bastante científica, fizemos trabalhos com a aves mais interessante que já observei, o "Galito", ele é uma espécie considerada pelo IBAMA como vulnerável, e o mais interessante é o dimorfismo sexual, o macho possui uma cauda bastante interessante, abaixo coloquei uma foto para mostrar a beleza dessa ave.  


Outro trabalho interessante foi a observação dos ninhos do "Japu" outra ave maravilhosa, sua pena amarela vibrante e seus olhos azuis encantaram e nos prenderam uma tarde toda apenas observando-a. Abaixo está a foto dessa ave, não é linda? E também mostro na outra foto os ninhos das aves, olhem que interessante, eles criam os ninhos de forma bastante estratégica, se você passar e não olhar com atenção você não consegue perceber. 




Foi muito interessante o passeio pelo rio São Francisco, foi muito difícil andar nas pedras, isso nos deixou com a adrenalina a mil, e adivinhem qual era o objetivo? Ver o famoso e raro "pato mergulhão", mas infelizmente não conseguimos vê-lo. Mesmo assim o passei foi interessante e cheio de surpresas, abaixo estão alguns "bichos" e cachoeira que vimos pelo caminho.


Abaixo estamos na nascente do Rio São Francisco, turma muito inteligente e engraçada.


"A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição." Aristóteles.



Antes ser uma mulher da sociedade, sou-a da natureza. 
(Adaptação da frase de Marquês de Sade)


segunda-feira, 21 de março de 2011

Bloqueio de compras de imóveis rurais por estrangeiros

Faz um tempo que não posto, mas é que desde quarta muitas coisas aconteceram. Primeiro na quarta recebi a notícia que fui aprovada no MBA de Gerenciamento de Projetos da FAGEM - Universidade Federal de Uberlândia. Na quinta foi a palestra de abertura, depois de assistir as palestras do Charles Tang e Alberto Luiz Albertin tive oportunidade de conversar com Tang e tirar dúvidas de alguns pontos que não concordei em suas colocações.
Depois de conversarmos passei a perceber que estou realmente com mente sustentável, pois estou compreendendo pessoas com pensamento totalmente economista igual ao dele. O Tang "diz ser brasileiro por opção e preside a Câmara de Comércio e Indústria Brasil China (CCIBC) que é a única legitimada pelo acordo que, desde 1988, mantêm com o CCPIT - Conselho Chinês para a Promoção de Comércio Internacional, órgão do Conselho de Estado da China, que têm entre suas funções, o reconhecimento das Câmaras Da mesma forma, a Federação das Câmaras de Comércio Exterior, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Conselho de Câmaras de Comércio Exterior  bilaterais.reconhecem a CCIBC como a única Câmara bilateral Brasil China." (Fonte: http://entrevistaceo.blogspot.com/2007/03/charles-tang-da-cmara-brasil-china.html).
Um dos pontos que somos opostos é com relação a decisão do governo de bloquear negócios de compra e fusão, por estrangeiros, de empresas brasileiras que detenham imóveis rurais no País. Esse tipo de negócio estaria ocorrendo, segundo avaliação do Planalto, como uma forma de burlar restrições impostas no ano passado à compra e ao arrendamento de terras por investidores estrangeiros.
Sou a favor desse bloqueio aos estrangeiros que compram terras para produzirem de forma "desenfreada", já o Tang acha isso um retrocesso. Não julgo seu posicionamento, pois ele tem uma experiência de vida impressionante, é americano e convive com chineses diariamente, duas nações que não tiveram preocupação com as questões ambientais. Concordei com ele que é injusto com os estrangeiros que investem em terras para proteger nossos biomas e também tentei demonstrar a importância do Brasil em ser reconhecido como um país "verde" e não devemos nos comparar com potências que não serviram de exemplo ambiental ao mundo. Essa é uma visão que compartilho com o ativista Naido. Em sua reportagem para BBC Brasil na série " O que falta ao Brasil?" ele responde de maneira muito sábia: “Considerando a crise do aquecimento global, apenas os países que incluírem a preocupação ambiental em seus planos de desenvolvimento econômico, tecnológico e social terão sucesso como líderes do futuro”.


Voltando ao bloqueio de novos negócios, ele foi determinado no dia 15 de abril pela Advocacia-Geral da União ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Abaixo está a reportagem do Estado de São Paulo sobre o tema:
O ministro "repassará a ordem às juntas comerciais: operações de mudança do controle acionário de empresas proprietárias de áreas rurais envolvendo estrangeiros não poderão ser formalizadas. A partir do aviso, operações eventualmente fechadas podem ser suspensas na Justiça. As juntas comerciais também vão auxiliar  os cartórios a identificar a participação de capital estrangeiro nas empresas que comprem terras.
O ato do ministro Luiz Inácio Adams é mais uma tentativa de controlar o avanço de estrangeiros sobre terras no Brasil. Em agosto do ano passado, parecer da AGU enquadrou empresas brasileiras cujo controle acionário e controle de gestão estejam em mãos de estrangeiros nas mesmas restrições impostas a empresas e pessoas físicas estrangeiras.
Desde a década de 70, a lei impede a compra ou o arrendamento de mais de 50 módulos por estrangeiros. O limite, por município, equivale a 25% de seu território sob controle de cidadãos ou empresas de outras  nacionalidades. Uma mesma nacionalidade estrangeira não pode deter mais do que 10% da área de um determinado município. Essas restrições haviam sido suspensas para empresas brasileiras, mesmo com controle estrangeiro, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
As restrições foram restabelecidas há sete meses e atribuídas a um cenário internacional que estimulava o avanço de estrangeiros sobre terras no Brasil. "A crise de alimentos no mundo e a possibilidade de adoção, em larga  escala, do biocombustível como importante fonte alternativa de energia, apta a diversificar, com grande vantagem, a matriz energética nacional, são os principais vetores dessa nova abordagem da questão da propriedade da terra no Brasil", argumentou a AGU. A esses argumentos juntaram-se a elevação do preço das commodities e a especulação com o preço das terras, até a necessidade de conter o desmatamento na Amazônia.
O parecer também chamava a atenção para a falta de controle sobre a compra de terras por estrangeiros. O número mais recente, fechado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na semana passada, aponta em mãos de estrangeiros uma parcela de terra equivalente a 20% do Estado de São Paulo: 4,5 milhões de hectares ou 45 mil quilômetros quadrados - números que, segundo as autoridades, não traduzem a realidade.
Os estudos da AGU também levaram em conta relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) sobre o avanço de estrangeiros, também, sobre áreas de terras no litoral brasileiro."

quarta-feira, 16 de março de 2011

Oficina de Capacitação e Apresentação do Programa "Produtor de Água"

Hoje tive mais um dia com grandes aprendizados. 
O dia começou cedo com a viagem à cidade de Nova Ponte para participar da Oficina de Capacitação e Apresentação do Programa "Produtor de Água". Fui junto com a secretária do meio ambiente da cidade, aprendi muito sobre diversos assuntos. Um dele foi sobre a questão espiritual individual através da prática de meditação. Essa é uma prática que sempre tive vontade de aprender, e que espero colocar em prática daqui para frente. Meu receio é que eu seja igual a Elizabeth Gilbert, interpretada por Julia Roberts no filme " Comer, amar e rezar" que na sua primeira tentativa de meditação ficou imaginando a decoração da sala de meditação. Não pelo fato de ficar pensando em decoração, mas pelo fato de sempre estar pensando em alguma coisa, sempre buscando algo e tento várias idéias. Mas acredito que tudo na vida é questão de dedicação e prática, sendo assim o que me falta agora é apenas dar o primeiro passo.

Foto: Estava tentando meditar em pleno Navy Pier em Chicago. Esse era um dos únicos lugares que tinha um clima tropical, era um Crystal Garden, tudo muito lindo e transmitia uma paz incrível. O Navy Pier é fantástico, ele possui todo um programa de sustentabilidade implantado, possui plano de eficiência energética própria, prevenção à poluição, time verde de iniciativa a reciclagem e vários outros projetos futuros, que podem ser acompanhados pelo link http://www.navypier.com/about/sustain_topics.html.

Voltando ao meu dia, o segundo momento de aprendizagem foi com o consultor do IGAM, Benito Marangon, que além de aprender muito com a seu excelente didática aprendi que hoje sobre a competência do conselheiro nos Comitês de Bacias Hidrográficas e várias legislações abrangendo a água. Um assunto interessante abordado e que eu não tinha conhecimento é que pela Constituição de 1934 as águas podiam ser públicas, privadas ou dominicais. Hoje sabem que a água é de domínio público, e que isso é muito importante para o desenvolvimento de gestão de recursos hídricos.
Outro "professor" que tive hoje foi o  Devanir Garcia dos Santos Gerente de conservação de Água e Solo da ANA - Agência Nacional das Águas. Sua palestra foi riquíssima, abordou o Programa Produtor de Água de forma brilhante. No final do ano passado eu conheci sobre esse programa através do  Coordenador de Estratégias de Água Doce da TNC (TheNature Conservancy), Albano Araújo. 
Considero o Albano uma pessoa ímpar no meu desenvolvimento profissional, pois através de uma reunião conseguiu me passar várias informações primordiais para meu trabalho, como também a Pedaga Hídrica.

terça-feira, 15 de março de 2011

Reunião de Hoje

A reunião de hoje do COPAM foi muito interessante e de grande aprendizagem. Alguns empreendimentos foram polêmicos e a reunião teve duração de 4 horas e meia. Mesmo sendo longa hoje os conselheiros se mostraram muito adeptos e preparados para discutir os assuntos ambientais.
É bastante interessante em um conselho existir representantes com visões tão distintas, isso faz com que o resultado das discussões sejam ricas e abrangentes. É necessário que o Conselho seja formado por todos os representantes dos setores, isso torna os empreendimentos sustentável e equilibrados.
Mesmo com posicionamentos que acredito serem desnecessários, por parte de representantes de instituções que possuem como atribuições a defesa ambiental e na hora de tomarem decisões muitas vezes se omitem ou as vezes até são divergentes ao ambiente, a reunião se mostrou bastante favorável nas questões ambientais.
Aproveito para parabenizar o Ministério Público e a Universidade Federal de Uberlândia, na figura dos seus respectivos representantes, pelos brilhantes posicionamentos.
Finalizo com a frase que é o lema da organização em que sou supervisora, representante nos conselhos (COPAM, COPA Uberlândia, COPA Iturama e COPA Frutal) e que acima de tudo me considero uma voluntária: " Só se preserva aquilo que se ama, só se ama aquilo que se conhece" Aloísio Magalhães.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Descobertas


Na foto estou encantada com a beleza natural da Serra dos Órgãos no Rio de Janeiro. A subida foi difícil, mas a recompensa foi maravilhosa. Para mim não existe melhor sensação no mundo do que estar em contato pleno com a natureza.

Já tem algum tempo que estou pensando nas funções que os biólogos podem atuar. No site do Conselho de Biologia existem muitos campos, mas percebo que a prática é bastante diferente. Percebo que não é só na biologia que um profissional que ser superior ao outro, acho isso muito errado, pois no mundo atual existe espaço para todos. Acredito que é necessário ter multidisciplinariedade.
Realmente o desemprego existe, mas acredito que para os bons e persistentes sempre haverá oportunidade, pode ser que não seja a desejada no momento, mas sempre haverá.
No começo da Biologia eu não sabia muito bem o que o biólogo fazia, mas sempre tive a certeza que era isso que eu queria para o futuro. Tem pessoas que nascem com dons para ser músicos, artistas, atletas e até políticos. Eu nasci para defender o meio ambiente. Parece um pouco utópico, mas para mim é muito importante e necessário. Tenho os meus ideais e luto por eles com toda minha força todos os dias.
Faz pouco tempo que percebi que ambientalista é uma opção a ser seguida, e desde então eu visto a camisa e levo para todos os lugares minhas concepções. Não sou uma ambientalista cega, pois vivo em um mundo globalizado, uso roupas e como carne. E sei que se eu quiser continuar a fazer qualquer coisa eu preciso conservar meu ambiente. Por isso acredito nas maneiras sustentáveis de agir. Acredito também que daqui uns anos eu consiga mudar muito o meu modo de agir e consiga influenciar positivamente muitas pessoas.
Amanhã tenho uma Reunião do COPAM (Conselho Estadual de Políticas Ambientais) em que eu sou conselheira. Espero conseguir colocar em prática nos empreendimentos essa minha visão sustentável, sempre amparada à legislação pertinente e aos estudos ambientais existentes. Acho muito interessante nessas reuniões às formas que muitos se posicionam e a diversidade de interesses. A evolução que eu percebo nessas discussões é o fato de nós estarmos lá e termos o direito de nos posicionar. Isso nos mostra que podemos e devemos fazer a diferença que o mundo espera de nós, de mim e de VOCÊ!

domingo, 13 de março de 2011

Albert Einstein e Nova York


"A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, é preciso se manter em movimento." Albert Einstein, em carta a seu filho Eduardo, em 5 de fevereiro de 1930.
Na foto estou no Central Park em NY. Meu primeiro dia em NY foi muito estranho, em pleno inverno parecia não ter vida (VERDE) para nenhum lugar que eu olhava. Que sentimento de tristeza me deu aquele dia, nunca senti tanto capitalismo e consumismo num só lugar. Passado os dias percebi a grandeza da diversidade cultural. Deparei-me com uma diversidade que nunca tinha "estudado", foi uma experiência muito interessante. No Central Park foi delicioso, mesmo no inverno encontrei muita natureza.



Abaixo está a foto do Central Park vista do Empire State, um lugar especial no meio de Manhattan. Cidade muito especial.
Mas o que eu quero dizer com a frase de Einstein, NY e Central Park? Essa experiência me colocou em movimento. Mostrou-me uma diversidade cultural gigantesca e com isso comecei a perceber que a capacidade em adaptar é o grande diferencial da vida.

sábado, 12 de março de 2011

Into the wild



Não sou e nunca fui totalmente contra ao capitalismo. Acredito que sabendo ser equilibrados conseguimos ter um mundo melhor.
Ao assistir esse filme "Into the wild" me  deparei com a realidade do Christopher McCandless e parei um pouco para pensar na vida que estava levando. Para ser bem franca me passou por alguns segundo fazer a mesma coisa que ele. Mas em um segundo momento eu admirei muito a atitude dele e realmente mudou a vida de muitas pessoas, inclusive a minha.
Aprendi a dar mais valor nas pequenas coisas que a vida pode nos  oferecer e que a sociedade está realmente voltada ao consumismo. Muitas pessoas nunca pararam nem para pensar o porquê de comprar  tantas coisas desnecessárias, tantas roupas, tanto lixo.
Abaixo está a música do filme, Society lyric by Eddie Vedder, coloquei também o vídeo. É uma música muito interessante e nos faz pensar muito nos nossos hábitos e a necessidade de mudarmos, de nos tornarmos mais SUSTENTÁVEIS!

Society lyrics

Eddie Vedder (Into the Wild) song lyrics

Society - Eddie Vedder (Into the Wild) - Read More!
Oh it's a mystery to me.
We have a greed, with which we have agreed...
and you think you have to want more than you need...
until you have it all, you won't be free.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.

When you want more than you have, you think you need...
and when you think more then you want, your thoughts begin to bleed.
I think I need to find a bigger place...
cause when you have more than you think, you need more space.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.
Society, crazy indeed...
I hope you're not lonely, without me.

There's those thinkin' more or less, less is more,
but if less is more, how you keepin' score?
It means for every point you make, your level drops.
Kinda like you're startin' from the top...
and you can't do that.

Society, you're a crazy breed.
I hope you're not lonely, without me.
Society, crazy indeed...
I hope you're not lonely, without me
Society, have mercy on me.
I hope you're not angry, if I disagree.
Society, crazy indeed.
I hope you're not lonely...
without me.



Music for the Motion Picture Into the Wild
» More about the Into the Wild movie


"Society" written by Jerry Hannan



Crescimento vertical

Algum tempo atrás tive o prazer de conhecer o historiador José Augusto Pádua. Ele é doutor em ciência política pelo Iuperj e professor adjunto do Ifcs/Ufrj. É autor dos livros O que é ecologia, Ecologia e política no Brasil e de vários artigos em livros, periódicos científicos, revistas e jornais publicados dentro e fora do Brasil.
Aprendi com ele o conceito de crescimento vertical, e desde então tento aplicar em todas minhas ações. O crescimento utilizado atualmente no Brasil é conhecido como crescimento horizontal. Um exemplo que eu sempre cito é a exploração da Floresta Amazônica atualmente. O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Os fazendeiros exploram a terra de maneira indevida e quando ela se torna improdutiva eles desmatam outra parte da floresta e exploram novamente de forma indevida, isso  é feito de maneira desordenada e como conseqüência tem a perda desse bioma tão importante para o mundo. Essa forma desordenada, sem cuidado e com o pensamento de que esses recursos são inesgotáveis é o que eu denomino crescimento horizontal.
Já o crescimento vertical é aquele onde há uma utilização racional e um pensamento que os recursos não esgotáveis e que merecem ser utilizados da melhor maneira possível e devem ser reutilizados sempre que possível. Uma dica para a Floresta Amazônica é a utilização da floresta de uma forma manejada, sem queimas, com um cultivo racional e sempre sustentável.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Seja bem vindo!


Aqui você vai encontrar notícias ambientais, minhas experiências, meus pensamentos, eventos e tudo o que eu achar interessante dividir com vocês.

Aproveitem!